Porção Semanal de Vaierá

Razão da Existência

O tema dessa Porção é vida de Abraão e uma das passagens é a destruição da cidade de Sadoma e Gomorra e como Abraão intercedeu pelo bem das cidades.

A narrativa Bíblica nada fala sobre questões sexuais, o assunto é como o povo da região tratava o povo quanto a hospitalidade, porém é algo que vai além do que o texto conta sobre a hospitalidade.

Segundo os cabalistas, uma das piores maldades desse povo era sua recusa em ajudar os pobres e para a Kabbalah este conceito de “cuidar dos pobres” e “hospitalidade” são conceitos relacionados e não são uma questão de fazer bondade, mas na verdade, são conceitos que atingem nossa própria razão de existência na Terra.

Segundo a Kabbalah o ser humano existe pra santificar o nome de D’us e isso é feito de várias maneiras e uma delas é quando imitamos os atributos do Criador na nossa vida, a quantidade de atributos que pudermos, inclusive.

Quando ajudamos uma pessoa seja com hospitalidade, seja suprindo suas necessidades, estamos manifestando um dos maiores atributos do Criador, que é Hesed (bondade).

Se uma nação ou grupo se recusa a cumprir suas responsabilidades básicas nessa área, é porque espiritualmente desistiram da sua razão existir.

Esta mensagem de bondade é transmita na história de Abraão que transmite a mensagem de ajuda aos outros desde seu atendimento aos três anjos que se aproximam até o sacrifício de Isaac.

Tem-se então o contraste entre dois estilos de vida diferentes: Abraão e Sadoma. O que aprendemos de Abraaão é como podemos ganhar descentes tão numeroso quanto a areia do mar e as estrelas do céu: se pensarmos nas necessidades dos outros.

Ao desprezarmos o outro deixamos de justificar a nossa existência e a existência dos nossos descendentes.

Caminho Espiritual

Quem pode subir até a montanha de D’us (Monte Sião em Jerusalém) e quem pode ficar no seu lugar sagrado? /salmista

Quem consegue se elevar a nível de santidade/pureza e quem consegue ter uma conexão com D’us? /Rei David

A resposta: Aquele que tem mãos limpas e o coração puro. Aquele que não levantou sua alma para a falsidade e que não jurou em vão.

No sentido literal:

  • Uma pessoa de mãos limpas não tem pecado nas mãos: não cometeu nenhum ato de sujeira, de maldade com as mãos;
  • Pureza de coração tem correlação com a intensão em ações que são puras e até mesmo ingênuas;
  • Que não levantou sua alma para a falsidade: uma pessoa que não finge algo que não é e que não jura em vão.

Para o Zôhar:

  • Uma pessoa com as mãos limpas não mexe com coisas impuras (para a Kabbalah certos insetos trazem impurezas, cadáveres..), se mexer é necessário lavar as mãos;
  • O coração puro é uma pessoa que não segue seus desejos de má inclinação (todos nós temos desejos, porém alguns não são realmente nossos ou vem de um lado nosso muito egóico).
  • Que não levantou sua alma para a falsidade é no sentido de hidrolatria, que não tem a ver com um sistema religioso errado, e sim, ter crenças inadequadas (valorizar o que não deveria, por exemplo: o dinheiro acima da família, espiritualidade..).
  • Quem jura em vão: fazer promessas pra si mesmo que não irá cumprir. É como ficar se enganando.

Não temos como fingir nada diante de D’us e o segredo disso é a autenticidade.

Elevação espiritual

Os homens que se apresentaram à Abraão eram Anjos e o Zôhar traz à discussão se Ele sabia que aqueles homens eram Anjos.

O Zôhar explica que Abraão tinha uma sensibilidade espiritual e, por isso conseguiu entender que os três homens que se apresentaram à Ele, na verdade, se tratava de três Anjos.

E um dos indicativos disso foi Abraão usar o termo adonai (meu senhor) ao reverenciá-los.

Os Anjos podem aparecer como ser humano, vento, fogo.. Eles precisam tomar alguma forma para aparecerem.

O Zôhar também explica que Abraão recebe esses Anjos depois de fazer uma circuncisão e ele apareceram com uma roupagem física, Abraão percebeu que se tratava de Anjos, porque a cirurgia o deixou mais elevado, mais sensível.

E qual ensinamento?

Conseguimos ver o mundo físico de acordo com a nossa sensibilidade espiritual, se temos uma sensibilidade mais apurada conseguimos ver além das cascas, ou seja, além das aparências.

A nossa sensibilidade espiritual vai ficando cada vez mais apurada com nossas ações positivas ao longo da vida o que acaba trazendo mais luz que o normal.

E uma vez que nossa sensibilidade espiritual cresce, nossos atos positivos deveriam virar cada vez mais rotina, não regredirem na elevação espiritual, porque assim conseguimos ver cada vez mais além das aparências e receber cada vez mais luz.

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