
Hoje em dia ao se falar em escravidão, sabe-se que o mais comum não é a escravidão física, o assunto escravidão nos remete a outro tipo de escravidão: a mental, a espiritual, a psicológica, a dos desejos.. (quem aí se sente escravo dos próprios desejos?), é uma escravidão subjetiva, energética.
Bom e é com uma historinha judaica que os rabinos explicam esta porção. A história do Sol e a Caverna. O Sol conversando com a Caverna disse que não sabia descobrir sozinho qual o significado da palavra escuridão, disse que não entendia o termo sombrio e a Caverna, por sua vez, disse que não entendia outros conceitos como Luz. Foi aí então que resolveram trocar de lugar.
Pois bem, a historinha conta que quando a Caverna chegou no lugar em que o Sol fica, disse: “nossa que coisa mais bonita, agora sim, consigo compreender, nunca vi nada igual.” Já o Sol ao descer no local da Caverna, disse: “nossa, mesmo assim ainda não consigo compreender qual o significado de escuridão, porque ainda não consigo ver diferença alguma do local onde eu moro.”
Qual a mensagem que isso nos passa?
O Sol mesmo indo para o local da Caverna não conseguiu entender o conceito de escuridão, porque ele, ele não consegue mudar a essência da sua luz, ele não consegue se deixar contaminar pelo meio, o meio não o transforma, ele mesmo se ilumina, então mesmo ele se rebaixando (descendo para a Caverna) consegue ser maior que a energia do local.
E como podemos aplicar tal mensagem em nossa vida?
Nós somos escravos se nós nos permitirmos ser escravos de uma situação. A miúdos, a escravidão está na nossa própria cabeça. Se vivemos em uma situação em que nos sentimos escravos dela, então estamos vivendo esta escravidão.
Grande parte da história do Êxodo é pra que consigamos sair desta escravidão, é para que a gente encontre o nosso líder pessoal, a centelha divina que há lá no fundo do nosso coração, essa força interna que existe e que é a única a nos ajudar a sair da escravidão.
90% do estudo da Torah é tão somente para isso: para que uma pessoa aprenda a sair do seu exílio mental. E o primeiro passo é perceber que existe uma cegueira em nós. Não é fácil sair dela, é preciso o esforço de tá o tempo todo buscando, revendo conceitos, revendo crenças, revendo ideias e revendo valores.
Muitas vezes há uma dificuldade de enxergar a própria escravidão existe, porque realmente não consegue percebê-la.
Então a reflexão: aonde devo ser Sol em minha vida? Aonde devo me elevar e perceber “nossa ainda não tinha visto nada tão bonito antes“. Esse será o início de uma longa jornada que afirmo pra você: não será fácil! Pelo contrário, é difícil DEMAIS! A jornada de 40 anos pelo deserto da história foi árdua e longa! Mas esse é o começo da destruição dos GRILHÕES MENTAIS, não basta sair da Caverna, é preciso parar de PENSAR COMO ESCRAVO.
Vai ser sempre difícil quando menos esperar, mesmo que tenha dado o primeiro passo de enxergar, depois virá o de praticar, do nada irá se ver pensando novamente como um escravo cheio de justificativas e vitimismo (a culpa nunca é nossa, né? É sempre do outro).
Matemática Espiritual: 2,12 e 70 - Porção de Shemot

Qual a relação entre os números 2, 12 e 70?
No fim de Gênesis e começo de Shemot (Êxodo), os 2 filhos de José, que são netos de Jacó e que Jacó adota como seus filhos e estes passam a ser parte das 12 tribos de Israel. Então, daí começa a relação de 2 que viram 12, estes 12 por sua vez quando vão pro Egito são, na verdade 70 pessoas.
Bom e por que a Torah fica preocupada em citar tais números? A intepretação é que na verdade quando falamos de 2 que viram 12 tribos, na verdade são 12 arquétipos, 12 energias, 12 tipos de pessoas que se manifestam no ser humano; esses 12 arquétipos estão, por exemplo, nos 12 signos, nós temos 12 luas e nascer sob a energia de determinada lua determina uma personalidade diferente.
Um segundo jeito de analisar isso é na Árvore da Vida, em que há 3 caminhos horizontais, 7 caminhos verticais e 12 caminhos diagonais que também são ligados a esses 12 energias.
As 12 tribos de Israel formam a totalidade de Israel, a totalidade do grupo de pessoas que está tentando evoluir espiritualmente, tentando se aproximar da luz. E essas 12 tribos influenciam as pessoas que não são Israel, ou seja, não procuram ou tem dificuldade de compreender a luz (seriam as nações), que seriam as 70, são 70 nações (70 idiomas, 70 sacrifícios..) que são influenciadas por Israel (representado pelo Egito), ou pelas pessoas que buscam a luz.
E como podemos aplicar isso na nossa vida?
Isso pode ser interpretado que cada mínimo ato que fazemos na nossa vida tem uma repercussão cósmica e afeta pessoas, pessoas estas que nem mesmo conhecemos, de uma maneira que pequenos atos tem um poder enorme, estão corrigindo o mundo, as pessoas, a humanidade.
Fonte de Problemas - Porção de Shemot

Fonte de Problemas: a falta de conhecimento ou reconhecimento das pessoas e, principalmente, do que as pessoas fazem de bom para nós ou para o nosso país, cultural (pode levar a um campo mais geral).
O Zôhar fala da importância que é conhecer e reconhecer os pontos fortes das pessoas, as bondades que as pessoas fazem por nós.
Quando conseguimos nutrir o sentimento de gratidão, conseguimos fazer um ato benéfico para nós mesmos, conseguimos uma vida mais leve para nós mesmos.
O Zôhar diz que não saber com quem está se relacionando é um dos motivos para levar uma vida difícil, que irá vir a escravidão (volta para o ensinamento do começo da Porção de Shemot sobre escravidão). Logo, o benefício direto sobre saber com quem estamos, de fato, nos relacionando, é nosso e que é um dos motivos de se levar uma vida difícil.
Quando se tem um conceito pré formado de alguém, quando não se dispões a conhecer a outra pessoa, quando se idealiza ou até mesmo generaliza pessoas na nossa cabeça é dos motivos que nos faz levar uma vida difícil.
Por isso, a falta de CONHECIMENTO ou RECONHECIMENTO (dos que nos cercam) do outro faz da nossa vida uma vida de sofrimento.