Abertura

Abraão recebe o mandamento da circuncisão e a promessa de que ele iria ter um filho e isso acontece quando ele está sentando na porta da tenda:
O Zôhar explica que a Torah utiliza esse termo “porta” para se referir a uma abertura cósmica, ou melhor, uma abertura espiritual em que ao sentar-se nesta abertura permite que ocorra mudanças em sua vida.
O ensinamento desta passagem é nos dizer que quando queremos que algo aconteça em nossa vida, devemos procurar a abertura para que isso seja possível. NÃO ADIANTA O DESEJO, REZA OU ESPERAR QUE ALGO ACONTEÇA sem sentar-se na abertura cósmica.
Aqui, ao sentar-se na abertura, se estabelece o limiar de dois mundos, permitindo que a transição ocorra.
No caso de Abraão ao sentar-se na abertura ele recebe a visita de três pessoas que no primeiro momento não consegue identificar, mas são Anjos.
E o que fazer para ir atrás desta abertura? Bom, precisamos fazer várias coisas para ir atrás desta abertura, a respeito do QUE A GENTE PRECISA/QUER REALIZAR.
As vezes, a ABERTURA pode ser considerada como um ato ousado de coragem, a exemplo dos atos que fazemos com HESED, que são as maiores abertura que a gente pode trazer para a nossa vida (a grosso modo essa energia pode ser traduzida como a energia do Amor). Não é um energia de ser romântico, mas sim, uma energia no sentido de doar-se, fazendo com que não seja uma doação apenas de satisfação pessoal, a nosso favor, e sim, no intuito de inserir outras pessoas, talvez a HUMANIDADE, o ambiente.
Então, a melhor abertura que teria para a Kabbalah é fazer ATOS COM HESED, permitindo que a abertura faça a transição de um domínio para outro.
Assim, é possível que essa abertura nos transporte, é possível que a nossa vida mude radicalmente: somos abençoados, conseguimos ver as promessas de D’us se manifestando em nossa vida e sendo cada vez mais realizados.
Passagem

Este ensinamento explica o fato de D’us passar na frente das casas dos Israelitas e não fazer nada, mesmo vendo o sangue de corpos.
Este ensinamento nos remete ao julgamento. Vamos entender:
D’us por si só não tende para um lado ou para o outro, ou melhor, não tem pendência nem para a coluna da esquerda, nem para a coluna da direita, mas para julgar o mundo, Ele tem que fazer essa mudança: sair do estado neutro e ir para um estado de julgamento. Então pra isso, Ele tem que fazer esta passagem.
D’us mediante um ato de bondade seu ou de julgamento, ou melhor, sempre que quer ir para um lado ou outro tem que fazer a tal passagem.
Ao contrário do que a maioria pensa, D’us deixa o mundo correr numa condição de distância e observação do mundo. Ele não fica o tempo inteiro julgando e trazendo recompensas pra poder dizer “você tá agindo bem ou mal”.
A essência de D’us é mais no sentido de que criou o mundo com as Leis Universais dele, de uma maneira que as coisas que vão acontecendo aqui é devido ao nosso livre arbítrio e pautadas nas Leis que já criou anteriormente.
Se vamos ter coisas boas ou ruins na vida é porque D’us anteriormente já estabeleceu as suas LEIS UNIVERSAIS.
Eventualmente, apenas quando D’us precisa intervir que uma exceção se abre, e ele faz essa passagem. Ou seja, as regras podem sofrer intervenção divina? Sim, através do poder de uma oração, por exemplo, um pedido que se faz a Ele.
Mas D’us opera no mundo de acordo com as suas LEIS e, nós, estamos sujeitos a essas regras que D’us criou (as leis da física)t