Porção de Vaerá de 15/01 a 21/01

A maioria das pessoas conhece a definição de liberdade pela sua negação ou ausência de escravidão ou a condição de “não estar preso”.

Mas na verdade, ausência de escravidão em si, não cria uma condição de liberdade. Vamos entender…

Para a Kabbalah, a escravidão é uma condição na qual a pessoa é para sempre forçada a agir de acordo com a vontade alheia. Então, neste sentido a liberdade pode ser vista como a capacidade do ser humano de agir e se expressar como deseja, sem que o outro defina nada a respeito disso.

Sendo assim, para ser livre o ser humano precisa aprender a agir independentemente e querer expressar sua singularidade. Aquele que não possui o desejo de autoexpressão não pode ser considerado um ser humano livre, mesmo que não esteja na condição de fisicamente escravizado. Uma pessoa assim, para a Kabbalah, é meramente um escravo abandonado.

Para a Kabbalah, o escravo carrega um duplo fardo: é forçado a obedecer a um senhor e a não ter vontade própria. Por isso, uma pessoa que não possui uma autoimagem positiva e que não manifesta a sua vontade, jamais se sentirá realmente livre. Já uma pessoa que é ciente da sua singularidade e que tem seus desejos pessoais manifestados, jamais se sentirá escravizado.

Podemos enxergar a escravidão como até certo ponto,  uma condição física, de fato, claro, obvio! Mas a sua qualidade essencial é sobre o espírito. É analisando o espírito de alguém que se sabe se uma pessoa é realmente escrava ou não.

O escravo pode se encontrar na condição física de livre, mas ter seu espírito abdicado. O escravo aceita um conjunto de valores/costumes/atitudes que são contrários ao seu eu particular por uma imposição externa (sociedade/culturas).

Uma pessoa verdadeiramente livre pode se encontrar em uma condição física de presa e continuar com o sentimento de que é livre, porque seu espírito não está preso enquanto o escravo mesmo que numa mansão, ainda assim, se sente escravo da sua própria consciência.

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