Porção de Bereshit

Na história de Gênesis aprendemos sobre Adão, Eva, todos os animais sendo criados e dali pra frente toda a humanidade.

A história conta que todos os seres humanos da face da Terra serão descendentes desses dois seres primordiais ditos.

E disso os sábios da Kabbalah explicam o motivo que a Torah precisava narrar nos primeiros capítulos de Gênesis sobre esta Origem Comum da Vida:

A Torah quer deixar claro algumas lições:

1. Que todos os seres humanos tem igual valor, porque foram criados igualmente, devido a um fato, e não, uma filosofia.

“Nenhum homem pode dizer para o outro que seu ancestral é melhor que o outro.”

2. Sobre o valor da vida: aquele que destrói uma única vida é como se destruísse o mundo inteiro, assim como aquele que preserva uma única vida é como se preservasse o mundo inteiro. Já que todos somos iguais e a humanidade vem do mesmo lugar, uma vida e a humanidade são sinônimos.

3. Sobre a singularidade do Criador: D’us consegue criar toda a humanidade, por isso o tamanho da grandeza do Criador, devido a sua multiplicidade de coisas. E isso é uma demonstração da infinita diversidade que existe nesta singularidade, como todos os seres humanos descendem da mesma pessoa, é algo de extrema riqueza sua singularidade variada.

4. Todo homem tem a obrigação de dizer ao pensar sobre a sua origem: “Por minha causa o mundo foi criado.”

D’us passou seis dias criando o Universo, físico e espiritual, e um único ser humano para depois criar toda a diversidade. E para esse ser humano que era no início “ele e ela”, D’us fala claramente “‘tudo isso que criei é para te servir”, esse ser humano “masculino e feminino” em um só ser, é toda a humanidade. É um plano finito com um só centro.

Neste mundo de potencial infinito que D’us criou tudo e cada um de nós é o seu próprio centro. Todo ser humano é o foco da criação, é a força que leva à criação existir. Toda a multiplicidade serve ao único, ao singular.

Então, existe um grande poder neste indivíduo, que é o auge de toda a grandeza de D’us, por isso foi criado ao final de tudo.

O pensamento de cada ser humano deve ser: esse Universo serve a mim, no sentindo de que deve usar o Universo para transformá-lo, para criar luz, para criar coisa positivas. Utilizando seu poder da maneira correta, assim se espera, para o bem.

Ajuntamento das Águas

Na história da Criação, chega um momento em que D’us ajunta as águas em um só lugar. O que isso significa e qual conselho para a nossa vida prática?

Em um dos dias da Criação, D’us ajuntou as águas embaixo dos céus: os mares.

A água na Kabbalah representa o nosso mundo emocional. Então quando D’us faz esse ajuntamento, Ele estava querendo dizer que por mais que tenhamos emoções, nunca temos emoções 100% puras, nunca sentimos só Amor ou só ódio, digamos assim.

Existe um MAR de emoções dentro de nós e este mar que nos faz agir no mundo. E onde esse MAR de emoções deve se encontrar?

O Zôhar ensina que abaixo dos céus (abaixo de Binah) existe uma sephirah (Yesod). A chave vem quando a Torah fala que isso chamado de MAR, é uma palavra secreta para representar Yesod.

Tudo que passa na Árvore da Vida fica em Yesod, ela funciona como uma espécie de funil. Então todas as nossas emoções são as águas, que eventualmente, cairão em Yesod, que é o MAR.

Yesod rege nestas áreas da nossa vida: nossa vida familiar, nossa relação com a nossa família de origem, nossa relação com o dinheiro (nossa vida financeira e nossas relações intimas (relações sexuais, sociais..).

As nossas emoções, canalizam, principalmente, (refletem muito), nestas áreas da nossa vida. Como estamos num mundo emocional, o que nós estamos sentindo e vivenciando vai afetar profundamente estas três áreas, nossa relação como dinheiro, nossa vida sexual e os outros e a relação com a nossa família.

Quando uma pessoa não está legal no mundo emocional, está passado por um trauma, uma crise, uma separação, pode afetar sua vida financeira, porque em termos energéticos a Árvore da Vida mandaria esta água represar em Yesod, podendo afetar a vida emocional nestas três áreas mencionadas.

Então isso explica o motivo que D’us quis juntar as águas embaixo dos céus e chamá-las de MAR.

Cores

A Porção fala da relação dos estudos de Genesis com as visões de Ezequiel (visões do céu, palácios de D’us e Anjos).

Um dos seres celestiais que Ezequiel enxerga tinha aparência de um “arco-íris”. Então Ezequiel se refere às cores desse ser celetial.

O Zôhar explica que essas cores estão refletidas em nós, seres humanos, mais especificamente falando no nosso olho. O nosso olho é bastante colorido, porque ele tem um aspecto desse “arco-íris”.

O “arco-íris” representa Yesod. Em Yesod é como se todas essas cores se misturassem. No nosso caso, o olho é a representação do “arco-íris”. Segundo a Kabbalah, olhando no olho de uma pessoa, é possível fazer uma análise da alma dessa pessoa, da personalidade, histórico e futuro através do olho dela.

Na Kabbalah são analisadas as partes do olho: parte branca, colorida (vermelho amarronzado e azul) e o meio preto. Essas partes trazem as informações sobre a alma de alguém através da vivacidade dessas cores e da proporção da mistura entre elas.

Esses anjos que parecem “arco-íris” que refletem no nosso olho é Yesod. Essas análises darão informações sobre a Yesod na vida. Quando Ezequiel está olhando esses anjos e falando que eles parecem Yesod, Ele está vendo a Yesod no mundo, a macro-cósmica. No nosso mundo olhar no olhos da pessoa permite que a gente veja a relação dessa pessoa com Yesod (família, financeiro, relações em geral e sexuais).

Tudo está composto de tudo. Tudo está incluso de tudo, O macrocosmo está no microcosmo e vice versa. Nunca é só aquele “objeto”, a Kabbalah sempre convida para um olhar através. Os olhos não só os olhos, ele falam da alma, Yesod, “arco-íris”, fala inclusive sobre um ser celestial que Ezequiel encontrou.

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